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O post de hoje foi enviado por Rafael L. V., Florianópolis/SC.

Qual o lugar mais longe que eu vou com essas 20 mil milhas?
Foi praticamente assim que eu decidi a minha viagem daquelas férias de um mês. A Varig estava quase falindo e eu queria gastar logo aquelas milhas. Fiz então um roteiro entre Caracas, na Venezuela e Bogotá, na Colômbia. Lendo o Lonely Planet (South America on a Shoestring) decidi que uma das paradas seria Cartagena, na Colômbia. Minha expectativa foi totalmente superada! Foi com certeza a mais bela cidade que já estive.

O centro histórico da cidade é cercado por uma muralha que, no passado, protegia a cidade de ataques por mar. É possível caminhar por cima de boa parte dela e, num dos pontos, tem até uma filial do Cafe del Mar. Sim, um Cafe del Mar em cima de uma muralha e de frente para o mar! Dali pode-se acompanhar um incrível pôr do sol ao som de uma boa música e com uma boa bebida.

O centro histórico é cheio de atrações.  Há dezenas de igrejas que competem entre si pelo título de mais bonita. Vale a pena perder mais de um dia caminhando nesse centro de ruas estreitas e fachadas antigas. A noite fica ainda mais bonito com a iluminação. Na frente de uma dessas igrejas há um restaurante italiano. A comida não é digna de nota, mas jantar na frente desta igreja iluminada a noite é!

Ali perto está a praça de Santo Domingo, que a noite recebe grupos locais de música e de dança. Já estava enjoado de ouvir “El Reggaeton” nessa viagem, mas mesmo assim gostei da animação na praça. Nessa praça uma escultura me chamou atenção. Era de um pintor e escultor famosíssimo da Colômbia (e que eu nunca tinha ouvido falar) cujas pinturas e esculturas são facilmente reconhecíveis pelo “formato gordo”. Em Bogotá há um museu inteiro desse pintor, que engordou até a Mona Lisa num de seus quadros. Ah, é o Fernando Botero. Falando em museus, Cartagena fica devendo nesse ponto. Os museus de Cartagena só valem a visita se você não for visitar os museus de Bogotá, muito mais completos e interessantes (o Museu do Ouro é imperdível!).

Fora do centro – mas a uma distancia “caminhável” de lá – fica o Castelo de San Felipe de Barajas. Vale a visita. Além do castelo em si, vale pela vista do centro histórico do alto deste castelo. De lá pode-se ver todo o centro de Cartagena. Outra atração fora do centro é o Monte “de La Popa”, onde há um convento e de onde pode-se ver a cidade do alto. Não fui lá por não ter dado tempo e, acho que, principalmente para ter uma desculpa para voltar! Deixei algumas das ilhas próximas para visitar numa próxima visita também. Fui só nas menos distantes. Numa delas há um aquário natural (cercado por redes no mar) muito bonito.

A melhor janta em Cartagena foi no Crepes y Waffles, uma rede de origem Colombiana e que agora tem no Brasil também. Gostei tanto deste lugar que numa viagem posterior a Lima, Peru, fui correndo almoçar lá no primeiro dia. Em Bogotá há um a cada esquina, o que me incentivou a tomar café, almoçar e jantar lá num mesmo dia.

A maioria dos hotéis está no centro, onde há inclusive um 5 estrelas construído à partir da restauração de um antigo convento, e em Boca Grande, uma “Copacabana” de Cartagena.

A única coisa que realmente detestei foi o calor intenso. Os chuveiros das casas nem aquecimento tem, tamanho é o calor durante o ano inteiro. Há várias sorveterias espalhadas pela cidade e cervejarias muito boas. Alem do Cafe del Mar, gostei do Leon de Baviera, que além de vender boas cervejas alemãs (incrivelmente bem mais baratas do que no Brasil), tem bandas de rock para quem quiser descansar um pouco dos ritmos caribenhos. De cidade coadjuvante, Cartagena foi alçada ao ponto alto desta viagem.

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