A EXPERIÊNCIA DE UM SAFÁRI NA ÁFRICA DO SUL

Ao planejar a viagem para a África do Sul a primeira coisa que vinha a minha cabeça era o safári.

Estava ansiosa para esse passeio e posso garantir que me surpreendi e muito, foi algo indescritível, mas que vou tentar repassar um pouquinho a vocês...

Escolhi fazer o safári no Kruger National Park, um parque enorme, inclusive, considerado o maior da África do Sul, com cerca de 20.000 km², tem uma extensão aproximada de 350 km de norte a sul e 60km de leste e oeste.

Entrei pelo Numbi Gate, próximo a Nelspruit, que fica a 391km de Joanesburgo, aproximadamente 4 horas de viagem.

A estrada de Joanesburgo a Nelspruit é ótima, com pedágio (ida e volta gastamos $10), mas em compensação te oferece uma ótima infraestrutura. Os postos de combustíveis são bem intercalados durante a estrada, mas completos, com opções de alimentação e alguns ficam abertos 24h.

Com relação ao pedágio não precisa parar para fazer o pagamento, só passar com o carro e depois o valor é debitado no cartão de crédito que efetuou a reserva do veículo.

Dormimos em Nelspruit, que é uma cidade grande, com muita opção de hospedagem, restaurante, shopping, etc. Uma dica é o Crossing Shopping Center, achei mais parecido com um centro comercial, mas tem muitas opções de lojas, farmácia (algo difícil de encontrar), e restaurantes. Almoçamos no Turn’n Tender Steakhouse, e posso garantir que foi o melhor filé que comi na viagem, está certo que não é bem servido, mas valeu a pena. Em Joanesburgo tem vários restaurantes desta rede.

No dia seguinte bem cedo fomos até o Numbi Gate que fica a 54km de Nelspruit, essa estrada tinha bastante buraco, mas é trafegável desde que tenha atenção.

Há também a opção de pegar um voo de Joanesburgo a Nelspruit, onde está localizado o aeroporto Mpumalanga, o problema é que não tem muitas companhias que fazem esse trajeto e acaba sendo mais caro.

O parque possui atualmente nove opções de entrada e saída: Pafuri, Punda Maria, Phalaborwa, Orpen, Paul Kruger, Phabeni, Numbi, Malelane e Crocodile Bridge.

Você pode entrar por uma e sair por outra ou pode optar em dormir dentro do parque, mas para isso precisa fazer reserva com antecedência no site www.sanparks.org/parks/kruger ou fazer a reserva nos lodges de luxo, que geralmente são all inclusive, ou seja, inclui hospedagem, pensão completa e dois safáris por dia.

Outro site que você vai encontrar bastante informação do parque é www.krugerpark.co.za.

No primeiro dia fizemos o safári com nosso próprio carro, entramos no Numbi Gate e saímos no Crocodile Gate e demoramos o dia todo para percorrer em média 150km.  

Não há necessidade de alugar um carro 4x4, as estradas do parque são boas, algumas afastadas e outras de terra, mas todas muito bem cuidadas.

Ha também a opção de fazer game drive que é um passeio 4x4 para observar os animais, feito com caminhão ou camionete aberta. Os game drives costumam durar de 3 a 5 horas e acontecem no amanhecer ou no final da tarde.

Contratamos um game drive com o próprio Parque, sendo que a reserva pode ser efetuada na recepção que fica localizada na entrada do parque.

Fomos em um caminhão aberto, com um guia, o passeio iniciou às 5h da manhã, estava programado para terminar às 8h, mas finalizamos às 9h, nosso guia estava empolgado em procurar os animais e custou R767.

Durante o passeio eles forneceram uma lanterna e cobertores para os visitantes, pois estava muito frio no dia.

A vantagem de fazer o game drive com o parque ou de dormir lá dentro é que pode iniciar o safári antes da abertura dos portões ou após o fechamento destes.

Fizemos o game drive antes do sol nascer e conseguimos ver mais felinos que no dia anterior, pois eles possuem hábitos noturnos.

Outra vantagem do game drive é para as fotografias, já que não tem vidro nos veículos que fazem o passeio. Apesar que vimos a maioria das pessoas que estavam de carro particular abrir os vidros para tirar fotografia, mesmo sendo orientados a não fazer isso.

Com relação aos animais, vimos quase a mesma quantidade de quando fizemos sozinhos, a vantagem que o guia já sabe os locais com a maior quantidade de animais e sozinhos precisamos ficar bem mais atentos e procurar por muito mais tempo.

Mas a emoção de estar no seu carro, no meio de uma selva, procurando os animais é indescritível e posso garantir que achei muito mais emocionante que o game drive.

Claro que para quem não gosta de dirigir, vai ser um tedio ficar o dia inteiro dirigindo, pois precisa andar devagar e ter atenção redobrada, pois os animais cruzam a pista e vimos até uma colisão envolvendo dois carros no parque.

Além disso você precisa calcular bem o horário de saída do parque, de forma geral abrem entre 5h30/6h e fecham entre 17h30 e 18h30, depende da época do ano, e os desavisados que perderem o horário da saída precisam pagar uma multa de R500.

Com relação aos valores, o safári por conta própria é bem mais barato, já que ao chegar no parque você precisa pagar pelo número de dias que ficará dentro do parque, sendo que um dia, por exemplo, custa R264.

Uma dica que quero compartilhar com vocês é que para localizar a maior quantidade de animais vá nos locais que tem água, ou seja, vá nas lagoas que encontrar pelo caminho e ande pela estrada H4-1 paralela ao rio Sabie, que certamente avistará muitos animais.

Sobre posto de combustível, tem alguns dentro dos campings, mas o ideal é encher o tanque antes de entrar, para não correr o risco de ficar sem combustível, já que demora muito para percorrer pequenas distâncias dentro do parque.

No Skukuza Camping, considerado o maior camping do parque, você encontra posto de combustível, atendimento médico e restaurante, ou seja, possui uma ótima estrutura.

Fiquei dois dias no parque e para mim foi suficiente, mas tenho um ritmo bem acelerado de viagem, o que precisa ser levado em consideração. Acredito que três dias seja o mínimo para conhecer com calma o parque.

O que posso garantir é que valeu muito a pena ter feito o safári no Kruger, amei a experiência, com certeza foi uma grande viagem, daquelas que nos transformam e que a gente nunca mais esquece.