Como ir até Bocas del Toro de carro
O arquipélago de Bocas del Toro é um dos destinos mais procurados do Panamá, e atrai cada vez mais turistas devido a sua imensa beleza natural e estrutura para receber os visitantes.
* Playa Estrella em Bocas del Toro
Por causa de sua localização
geográfica, quase na divisa com a Costa Rica, o meio de transporte mais fácil para
se chegar até lá é de avião, já que o voo tem duração de aproximadamente 1
hora, partindo da Cidade do Panamá.
Ao mesmo tempo em que é mais
rápido e fácil, também é mais caro quando comparado com os demais modos
disponíveis para realizar o mesmo trajeto, como por exemplo, ônibus ou carro.
Como nosso roteiro pelo
Panamá incluía diversas cidades além da capital, resolvemos ir até Bocas del
Toro de carro, e assim conhecer o caminho que leva até lá, percorrendo desta
forma boa parte do país.
Em nossas viagens, tentamos
sempre alugar carro e fazer os trajetos por estrada, pois é a melhor forma de
desbravar o destino, conhecendo a fundo o local, assim como fizemos nos Emirados
Árabes ou na Jamaica.
Especialmente sobre Bocas del
Toro, confesso que para organizar a viagem tivemos um pouco de receio, pois
haviam poucas informações atualizadas sobre o estado das rodovias da região,
tempo de viagem, etc. Mas mesmo assim, resolvemos fazer o trajeto de carro, e
posso dizer que não nos arrependemos.
Como falei no começo do post,
Bocas del Toro é um arquipélago, portanto, teríamos que chegar até a cidade
mais próxima no litoral, que no caso é Almirante,
e só depois se deslocar até Isla Colón, onde iríamos nos hospedar.
Partindo da Cidade do Panamá,
o trajeto até Almirante é de aproximadamente 590 km, sendo a maior parte deste é
feito pela Rodovia Panamericana, que se estende do Norte ao Sul do Continente
Americano, interligando diversos países pelo caminho.
O trajeto pela Panamericana no
Panamá é bem tranquilo, uma vez que a rodovia está em boas condições, toda
pavimentada, além disto, a maior parte do trajeto é em pista dupla.
Passando pela cidade de
Santiago, que creio que seja a maior cidade pelo caminho, começam as obras na
pista, sendo que pegamos boa parte desse caminho em pista simples, com diversos
desvios e paradas, embora todos sinalizados.
Viajamos no começo de janeiro
(2017), e pelo que pudemos perceber, a maior parte da obra já foi concluída,
faltando alguns poucos detalhes para a conclusão. Ou seja, acredito que ainda
este ano deve haver a liberação da rodovia, que então estará totalmente
duplicada.
Aos motoristas, saliento que
ao longo da Panamericana existem algumas poucas placas indicando a velocidade
permitida, muitas destas ficam escondidas em meio à vegetação, e vários pontos existe
uma redução brusca na velocidade máxima permitida, portanto, fique atento e
permaneça na velocidade permitida.
Digo isto pois presenciamos
uma grande quantidade de policiais na beira da estrada com radar móvel. Para se
ter uma ideia, no trajeto de ida havia ao menos 1 policial a cada 2 km, mais ou
menos, principalmente após a saída da Cidade do Panamá. Já no trajeto de volta,
observamos policiais a cada 10 km. A quantidade de policiais era tão grande que
realmente ficamos surpresos.
Pois bem, ao passar por
Santiago, com os diversos desvios existentes por causa das obras, não havia
muitos policiais pela estrada, mas como o fluxo de carros era maior,
normalmente tínhamos que andar com velocidade inferior à permitida.
Chegando na cidade de
Chiriquí, após percorrer praticamente 420 km pela Panamericana, é necessário
dobrar a direita e entrar na Rota 21. Existe uma placa indicando o caminho, mas
você deve ficar atento para entrar na rota correta, que fica em uma espécie de
cruzamento, e a entrada se dá entre dois postos de combustível da Delta.
A partir deste ponto, todo o restante do trajeto é feito em pista simples. Você deve percorrer 18,5 km pela Rota 21, e no final desta, dobrar a direita para entrar na Rota 10, onde deverá percorrer um trajeto de aproximadamente 70 km.
Apesar de ser pista simples, a estrada é boa, com poucos buracos. No caminho passamos pela Represa de Fortuna, e logo após começa um trecho bem sinuoso. A partir daqui é bom redobrar a atenção, pois começam a existir alguns buracos pelo caminho. Pegamos uma chuva intensa neste trecho, e tivemos que andar com calma.
* Represa de Fortuna
Após percorrer 70 km pela Rota 10, é necessário entrar à esquerda na Rota 11 (existe um posto de gasolina Delta na “esquina”), na chamada Ruta Rambála – Almirante. Neste trecho você começará a costear o mar, proporcionando uma bela vista da região. Aqui, a estrada também está em condições boas, embora ainda existam alguns buracos na via.
* Cruzamento onde se deve entrar para a Rota 11
* caminho pela Rota 11
* algumas retas pela Rota 11
Ao final da Rota 11 você chegará
finalmente à Almirante.
Chegando na cidade você será
recebido por várias pessoas em bicicletas, que vão tentar a qualquer custo
conversar com você. Ficamos com receio, tanto que tentamos desviar e fomos
pedir informação na entrada do porto. Lá, o guarda nos avisou que esse pessoal
trabalha para as empresas de táxis aquáticos, e que os mesmos auxiliam os
turistas a chegarem ao local de partida.
De fato, o guia que nos
atendeu estava devidamente cadastrado, possuía um crachá e a credencial da
empresa.
O próprio guia nos direcionou
para o local de onde partem os táxis. São várias empresas que fazem o trajeto
de Almirante para Bocas del Toro, e as mais conhecidas são: Táxi 25 e Transporte
Torres.
Ouvimos boas recomendações da empresa Táxi 25, então a escolhemos para fazer o traslado, tanto na ida como na volta.
* Sede da empresa Táxi 25 em Almirante
Como é um trajeto comum e possui saídas a cada meia hora, você pode comprar o seu ticket diretamente no guichê, na hora do embarque. O ticket custa USD6 por pessoa, por trajeto (ida ou volta), e tem uma duração aproximada de 35 minutos, já que é feito em uma lancha de porte médio.
* Embarcação utilizada para o traslado entre Almirante e Isla Colón
Como boa parte das pessoas
que fazem o trajeto é turista, o pessoal está acostumado com as malas, e
auxiliam acomodá-las nos compartimentos que ficam abaixo dos assentos. Apesar
disso, aconselho não levar malas muito grandes.
Quase ao lado da Táxi 25 existe um estacionamento 24 horas, que nos pareceu bem confiável, já que é todo cercado e possui monitoramento por câmeras. Além disso, não era necessário deixar a chave, que para nós foi ótimo, pois deixamos as malas maiores no veículo. A diária custa USD5.
* Estacionamento ao lado do Táxi 25
Uma informação importante é
que a última embarcação parte às 18 horas. Portanto, tenha isso em mente ao
programar sua viagem, pois caso chegue depois das 18 horas, terá que pernoitar
em Almirante e pegar a embarcação no primeiro horário do dia seguinte.
Na ida, pegamos bastante
chuva, o que atrapalhou um pouco nosso cronograma. Mesmo assim, conseguimos
fazer a viagem com uma duração de 8h30, já que pegamos a estrada bem tranquila
para sair da Cidade do Panamá, pois era feriado.
Já a volta, mesmo com tempo
bom, fizemos a viagem em 9h30, pois havia trânsito mais intenso, bem como tivemos
que ficar parados por alguns minutos em alguns trechos de obras.
Portanto, tenha em mente que
a média de tempo para percorrer o trajeto entre a Cidade do Panamá e Almirante
é de 8h à 10h, dependendo do trânsito, número de paradas, etc.
O trajeto pela Rodovia Panamericana é bem tranquilo, existem diversos postos de gasolina, restaurantes e paradores. Inclusive, indico o Va & Ven, um parador bem completo, que conta com boas opções de comida, banheiros limpos, com espaço para banho, wifi gratuito, espaço para lavar roupas, etc. Neste trajeto existem pelo menos 2, e eles ficam anexos à Postos da rede Terpel.
* Va & Ven na Rodovia Panamericana
Após entrar na rota 21,
aconselho manter o tanque cheio, pois não há muitos postos de gasolina pelo
caminho, e os existentes possuem valor da gasolina superior.
Em geral, apesar da viagem
não ser rápida, podemos dizer que foi tranquila e dentro do planejado. Se você
está acostumado a dirigir e fazer viagens de carro, creio que não será
problema.
Sobre os custos, importante
mencionar que no caminho não há nenhum pedágio. Portanto, além do custo com
aluguel do carro, gastamos apenas com combustível (USD 100 – ida e volta), com
o táxi aquático entre Almirante e Bocas del Toro (USD 12 – ida e volta por
pessoa), e o Estacionamento (USD 20 – 4 noites).
Ou seja, o nosso custo por
pessoa foi muito inferior quando comparado com o mesmo trajeto via avião, que
no trajeto entre Cidade do Panamá e Bocas del Toro é feito pela Air Panamá e
custa em média USD200 o bilhete de ida e volta. Portanto, acaba sendo uma ótima
opção para quem deseja economizar.
Outra opção é atravessar com
o carro para a Isla Colón, a principal ilha do arquipélago e onde fica Bocas
Town, a capital. A travessia pode ser realizada com a Ferry Bocas, e
custa USD2 por pessoa (adulto) + USD25 por veículo (pequenos ou SUV).
Espero que as nossas dicas
ajudem a organizar a sua viagem para Bocas del Toro. Não deixem de nos
acompanhar por aqui que em breve postaremos mais dicas deste maravilhoso
destino.
E se também quiser
compartilhar suas experiências de viagens conosco, escreva para nós através do link Leitor Viajante,
que adoraremos publicar aqui sua história.
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