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    Foto tirada do site Impulso Positivo

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    Foto: blog Encontro de Geracoes

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    Foto tirada do site skyscrapercity.com

Aceitei o desafio de falar sobre Coimbra, achando que seria fácil – afinal foi o local que escolhi para morar por 12 anos! Mas ao pensar a fundo na questão, apercebi-me de que estes parágrafos resumiriam em pouco, tudo o que poderia dizer sobre a cidade do conhecimento  e da saudade.

Imaginando que teria resumido estes 12 anos a apenas 24 horas, começo a vislumbrar um dia muito preenchido, mas também muito cansativo! Preparem-se, Coimbra não é uma cidade que se deixa visitar facilmente, pela sua geografia cheia de subidas e descidas, e pela calçada portuguesa que calcorreia toda a cidade (e os escassos transportes públicos) posso afirmar que este passeio será, no final de contas, uma conquista!

Conhecida pela Universidade, uma das mais antigas do Mundo em atividade, passar por lá será inevitável. Aliás, 726 anos depois da sua criação ela ainda continua a ser o coração da cidade e os estudantes, o sangue que percorre estas vielas. Chegando de comboio a Coimbra-A (a forma mais eficaz de se chegar ao centro da cidade) temos a 2 minutos a pé o Largo da Portagem, uma das praças principais e onde se pode saborear doçaria conventual numa das muitas esplanadas. Daqui já se pode vislumbrar, no topo da montanha, a Cabra – a torre do relógio situada na Via Latina, pátio da Faculdade de Direito. Este carinhoso nome, ao que tudo indica, foi dado pelos estudantes que eram diariamente acordados  depois das suas noitadas pelas badaladas matinais! Porque se como disse antes, Coimbra é a cidade do conhecimento, ela é também a cidade da vida boémia. Mas antes de subir para vislumbrar de perto outros dos pontos de interesse da Universidade como o Pátio das Escolas, a Porta Férrea e a Biblioteca Joanina, eu aconselharia uma visita breve ao comércio local da baixa da cidade, passando pela Praça do Comércio, a animada Rua Ferreira Borges (onde há sempre espetáculos de rua) fazendo uma paragem na Praça 8 de Maio para tomar um café no Santa Cruz. Em Portugal, tomar um café é a desculpa ideal para um pequeno descanso, e daqui podemos ver a Câmara Municipal da Cidade e o Mosteiro de Santa Cruz, que dá também o nome a este maravilhoso espaço.

Daqui subiremos a Avenida Sá da Bandeira, que durante a noite é um dos pontos principais para beber uma cervejinha e dar um pezinho de dança. Avistaremos o Mercado Municipal, com os seus produtos locais e o elevador que dá acesso à área da Universidade. No topo desta avenida encontramos a Praça da República, com os seus famosíssimos cafés Académico e Tropical, e a Associação Académica de Coimbra, onde fervilha a criação cultural e desportiva dos estudantes. A Praça da República é abraçada pelo misterioso e belo Jardim da Sereia, e refrescar-nos ou aquecer-nos um pouco com uma bebida na Casa do Chá é impreterível! Sim, porque o tempo em Coimbra é extremista, muito calor seco no Verão e muito frio e chuva no Inverno, pelo que as visitas mais prazerosas são recomendadas ou na Primavera ou no Outono.

Retomando o nosso passeio, subimos as famosas Escadas Monumentais, com os seus 125 longos degraus rumo à Universidade. Visitados os lugares supramencionados, faremos uma pequena paragem no Museu Machado de Castro, para apreciar o vasto espólio de Belas-Artes e descemos rumo ao Largo da Sé Velha. Para além da igreja, que remonta ao século XII, este largo é também um dos locais festeiros da cidade, e é circundado por várias Repúblicas – casas comunitárias de estudantes - e até pela casa onde viveu Zeca Afonso, um dos maiores cantautores da Revolução dos Cravos em 1974.

Descendo a escadaria Quebra-Costas , onde poderemos encontrar várias lojas de produtos locais e o conhecido café Quebra, descemos rumo à Baixa, novamente. Coimbra é assim, uma encruzilhada de encontros! Passando a ponte de Santa Clara, uma que cruzam o Rio Mondego, encontraremos o Mosteiro de Santa Clara, o Portugal dos Pequenitos e - sendo também Coimbra a cidade dos amores - a Quinta das Lágrimas, cenário da lenda trágico-romântica de D. Pedro e D. Inês de Castro.

Acreditando que 24h seriam suficientes para este passeio, estaríamos a esta altura mais do que cansados e aproveitar a brisa do rio, desfrutando de uma bebida reconfortante na esplanada das Docas, o famoso e extenso parque verde à beira-rio – seria, a meu ver, um idílico momento. Neste momento de reflexão, realizo que ainda há tantas coisas para visitar. Como não ir até ao Penedo da Saudade e desfrutar de um belo pôr do sol com uma das melhores vistas da cidade? Como ignorar as casas de típicas e os seus belos manjares, que inundam a Baixa, como o Diligência, ou o à Capela? Como não aproveitar uma noite bem alternativa num dos espaços mais vivos da cidade, o Aqui Base Tango? Como sair de Coimbra sem experimentar uma das Francesinhas do Atenas (que, regionalismos à parte, são das melhores que já provei)?

Conhecer Coimbra em 24 horas é ambicioso. Conhecê-la numa vida inteira, também.

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