LEITOR VIAJANTE ESPECIAL COM OS BALÕES DA CAPADÓCIA.
Descobri um jeito novo
de sonhar. Percebi que é possível realizar e só depois compreender que era um
sonho. A cronologia não é convencional, mas a verdade é que eu nunca sonhei em
voar de balão na Capadócia. Pra ser ainda mais sincero, até pouco tempo nem
sabia precisar o que era a Capadócia afora alguns versos de Ben Jor.
Meus sonhos quase sempre envolviam uma bola de futebol. Os de Fana, roupa de
astronauta. Mas foi assim. Te dei a mão e juntos subimos de cestinha, aquecidos
pela chama do fogo, estarrecidos com o cenário que se criava diante de nossos
olhos, protagonizados pelas incomuns formações geológicas que recobrem a terra
de São Jorge.
Os passeios saem antes do amanhecer, quando é possível contemplar o nascer do
sol a aproximadamente mil metros de altura. Há dezenas de empresas que
organizam os voos, e a nossa dica com selo de qualidade é a Turkiye Balloons,
que oferece uma experiência para contar para os netos e bisnetos.
Ainda antes de descolarmos do chão, o céu já dava indícios do espetáculo que
estava prestes a acontecer. O horizonte borrou sua vizinhança de um vermelho
alaranjado e, à medida que essa cor se expandia, o ar se transformava, dourado.
Sem aviso, um feixe de luz rasgou a Capadócia ao meio. O sol despontou
impiedoso e, suspensos em uma breve fração do tempo, dezenas de balões coloridos assistiam ao
comovente amanhecer. O calor do fogo sobre nossas cabeças se fundia com o calor
dos raios que emergiam: já era impossível distinguir qual aquecia nossos
corpos.
Parece poesia, mas é só uma forma de tentar traduzir o que uma foto não
consegue, essa tal arte de realizar antes de sonhar.
Autoria: @trouxedela
Imagem: @trouxedela
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