LEITORA VIAJANTE CLARISSA BITTENCOURT NOS CONTA SUA EXPERIÊNCIA EM EL CALAFATE
Nome: Clarissa
Bittencourt e Caio Godoy
Idade:
32 e 33 anos
Profissão:
Jornalista e Engenheiro
Cidade:
São Paulo
Perfil Instagram:
@cissabittencourt
Destino:
El Calafate (Patagônia Argentina)
Época da viagem: Dezembro de 2015
1) Por que você gostou da viagem?
Estávamos procurando uma viagem de aventura, mas que ao mesmo tempo tivéssemos um hotel confortável para descansar, boa comida e bons preços. El Calafate foi o destino perfeito.
2)
Teve
alguma coisa que não gostou na viagem?
Nada!
Foi tudo incrível.
3)
Como
fez para se locomover de um lugar para o outro?
Como a cidade é relativamente pequena, andamos muito durante os sete dias que ficamos por lá. Para os passeios, como a maioria contempla traslado, a operadora de turismo sempre nos buscava no hotel.
4)
Qual
lugar não podemos deixar de conhecer? Por quê?
As geleiras são as grandes atrações da região. Indicamos dois passeios incríveis que fizemos: o Big Ice (operado pela Hielo y Aventura – a única autorizada a fazer esse trajeto) e a maior tirolesa da América Latina, no Parque Cerro Frias (parque de ecoaventuras).
Clarissa e as geleiras ao fundo
Caio e Clarissa no passeio Big Ice
O Big Ice era a estrela da nossa viagem, e por isso nos organizamos e nos preparamos para ele. São 12 horas total de passeio, incluindo quase 8 horas de caminhada entre floresta e a geleira Perito Moreno. O passeio começa com uma caminhada pelos balcones, onde é possível ver Perito Moreno de frente, e se arrepiar com os nacos de gelo que se desprendem da geleira e fazem um barulho estrondoso, lembrando um poderoso trovão. Depois de ônibus, balcones, barco e uma caminhada pela montanha, finalmente colocamos nossos grampones nos pés e entramos na geleira. A sensação de estar lá, pisando em um patrimônio da humanidade declarado pela Unesco, é indescritível. Tinha nevado há poucos dias, então a vista e o silêncio daquele lugar eram surreais. É um passeio bastante cansativo, e seguimos algumas dicas de sites e blogs de viagens, para fazer este passeio nos primeiros dias de viagem e ter um tempo para se recuperar depois. Para quem quiser uma opção mais “light”, tem o Mini Trecking, com percurso menor, com menos tempo e menos esforço, mas igualmente lindo. Na volta, quando pegamos o barco para voltar à terra, foram servidos alfajores e o drinque mais caro do mundo – uísque com gelo retirado da geleira milenar. Depois de caminhar tanto, foi uma baita recompensa. Para quem pensa em fazer um passeio como esses, recomendo ler bastante dicas antes de ir, para levar sapatos e roupas adequadas. Fui com roupa térmica, mas não impermeável, porque tinha achado um pouco de exagero. Quando tivermos que sentar no gelo para tomar um lanche na hora do almoço, entendi a verdadeira necessidade. Os calçados corretos são obrigatórios também.
Big Ice
O Parque Cerro Frias foi uma surpresa bacana. Com atendimento super acolhedor, é possível escolher uma opção de passeio em que é servido também um almoço típico patagônico. Depois de nos passar todas as instruções e montar os equipamentos, subimos até o morro mais alto de 4x4, e aí fomos descendo pelas várias tirolesas, com uma vista incrível, e o famoso vento patagônico batendo no rosto. Na volta, enquanto esperávamos outros turistas voltarem dos seus passeios (há várias opções, como cavalgadas, trecking) e voltar ao hotel, nos sentamos no restaurante para beber uma cerveja argentina e petiscar, com aquela vista deslumbrante.
5) Possui alguma indicação de Hotel ou Hostel/Restaurante/Atração no local? Comente um pouco sobre porque escolheu esses locais.
Sim!
Ficamos no hotel Unique Luxury Patagônia, e foi ótimo. Quartos grandes,
bastante limpo, camas grandes, piscina aquecida, spa, restaurante, enfim, uma
estrutura completa e confortável. Como ele fica um pouco mais afastado do
“centrinho”, a caminhada é um pouco mais longa, mas tranquila, tanto que
fazíamos esse caminho várias vezes ao dia. Quem preferir ficar mais perto do
centro, há diversos hostels e hotéis espalhados pela avenida principal e
arredores.
Dos restaurantes, as indicações são várias. O cordeiro Patagônico, muitas vezes assado na vitrine dos restaurantes, é a estrela da região, junto com as tradicionais empanadas. O melhor cordeiro que provamos foi no restaurante Mako Fuegos Y Vinos (Av. del Libertador, 1610), que tem uma cozinha mais moderna. Peça as batatas com cogumelos e molho branco. Um dia antes, tentamos ir ao Mako e como estava fechado, fomos no pub em frente a esse restaurante, chamado Don Diego (ou DD4) Irish Pub (Al del Libertador, 1603). Foi uma grata surpresa com ótimos petiscos, lanches e carnes. Elegemos as melhores empanadas do La Lechuza (Av del Libertador, 1301). Apesar de ter várias Lechuzas espalhadas por Calafate, esta foi a melhor de todas. Não volte para o Brasil sem provar o sorvete (ou qualquer doce) feito com a planta Calafate, que empresta o nome à cidade.
Cordeiro Patagônico
Hamburger no Don Diego
Dos
passeios, além do Big Ice e do Parque Cerro Frias, conhecemos o Glaciarium e o
bar de gelo, que ficam no mesmo prédio. Há transporte gratuito saindo da
avenida principal da cidade. Nossa dica é visitar o Glaciarium antes de visitar
os glaciares, para aprender ainda mais sobre eles. Como ficamos bastante dias
na cidade e tínhamos ainda outro destino pela frente, resolvemos economizar e
fazer alguns passeios por conta própria. Fomos caminhando até a Laguna Nimez,
uma reserva onde é possível observar pássaros e plantas no caminho até o Lago
Argentino. Para quem gosta de natureza e precisa de paz, esse é o lugar. Uma
vista de tirar o fôlego, principalmente se estiver um dia ensolarado. Depois,
continuamos nossa caminhada para chegar até a outra parte do lago, onde ficamos
contemplando mais um pouco aquela vista. Resolvemos voltar pelo morro, habitado
por poucas casas, vendinhas e muito verde.
Não ligue se os cachorros de rua seguirem você, todos os dias tínhamos companhia nas nossas caminhadas. Um deles nos seguiu do centro até o hotel, e ficou na porta esperando até sairmos novamente, e nos acompanhou no caminho de volta ao centro. Às vezes tinham dois, três...
6) Conte-nos sobre a sua viagem (como foi a sua experiência desde a escolha do destino, se foi sozinho, se a viagem foi econômica, sobre os lugares que conheceu, as comidas que experimentou, coisas imperdíveis e até se teve alguma furada)
A ideia de conhecer Calafate partiu do Caio, meu marido. Como não conhecia o destino, fomos procurar informações e a cada detalhe, nos apaixonávamos mais. Foi uma viagem bacana, tranquila, mesclando aventura e conforto – meu combo predileto. Foi ótimo para descansar a cabeça, aprender muito, ficar em contato com a natureza e comer bem. A cidade é muito acolhedora – até porque durante o inverno, o frio é tanto que a cidade inteira fica fechada, e o atendimento (quase sempre) receptivo. A vista, para onde quer que você vá, é linda.
Recomendamos muito esperar chegar na cidade e aí escolher os passeios que irá fazer. Na avenida principal, é possível encontrar diversas operadoras com todos os passeios disponíveis, inclusive para outros lugares, como Torres del Paine, no Chile. É um destino que atrai pela aventura, por isso é cheia de mochileiros e gente jovem, e por incrível que pareça, poucos brasileiros. Não sei se ainda hoje vale a pena, mas na época pegamos uma super dica de levar dólares. O valor do câmbio para dólar compensa muito mais do que peso argentino (o tal do dólar blue), e todos estão muito acostumados a receber nessa moeda. Muitas vezes à conta já vem com o valor final em dólar e em peso argentino.
Há poucos mercados – para quem gosta de comprar lanches e refeições. A alimentação em Calafate tem um preço médio, com opções mais caras e outras mais baratas, então é possível economizar. Há muitas lojas legais, com decoração para a casa, temperos (comprei cebola e alho defumados com lenhas patagônicas, uma delícia), geleias, roupas, decoração, artigos turísticos e até sabonete feito com Calafate.
Ganchos que devem ser colocados nos sapatos para o passeio
Quando
fechamos o pacote, pegamos também com traslado entre o aeroporto e o hotel, o
que recomendamos bastante. No caminho, a guia foi nos explicando o que era
possível fazer na cidade, qual operadora fazia qual passeio, o que recomendava,
o que não. Na volta, quando nos buscaram no hotel já traziam o papel com o
nosso check in feito, e nos levaram até dentro do aeroporto, para despacharmos
a nossas malas.
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