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No estado do Sergipe, em meio ao sertão nordestino, a vegetação característica abre espaço para as águas do Rio São Francisco percorrer parte do seu longo percurso e pelo caminho, ainda que com auxílio do homem, transformar a paisagem de maneira positiva com a formação de exuberantes paredões de pedra, entre estes, o famoso Cânion do Xingó.

E não é só a beleza natural que faz do Cânion do Xingó um lugar único e bastante desejado pelos viajantes de plantão. O local por onde o bando de lampião, também conhecido como rei do cangaço, percorreu, além da importância econômica, possui um papel fundamental na história da região e do país, e que adquiriu maior popularidade após virar cenário de algumas importantes novelas nacionais, como Cordel Encantado e Velho Chico.

Por estas e outras razões o destino sempre nos chamou atenção, e aproveitando a oportunidade de estarmos a bordo do nosso Honda HR-V em uma road trip pelo Nordeste, em comemoração aos 20 anos de produção nacional da Honda Automóveis, incluímos o destino no roteiro e confessamos que foi uma das surpresas mais legais que tivemos durante a viagem.

Essa foi nossa terceira parada pela região Nordeste, com um plano de fundo totalmente diverso do que até então estávamos explorando no litoral quando exploramos a Praia de Coqueirinho, na Paraíba e Praia do Francês, em Alagoas.

O ponto de partida para explorar o Cânion do Xingó é a cidade de Canindé do São Francisco no Sergipe, que fica praticamente na divisa com Alagoas. Para chegar até lá, o trajeto mais comum para quem visita o local é partindo de Aracaju, e os 200 km que separam as cidades podem ser realizados em uma viagem de aproximadamente 3 horas, passando pelas rodovias SE-230 e BR-235, estradas que se encontram em bom estado de conservação e que possuem boa estrutura, já que é rota frequente para diversas empresas de turismo e visitantes em geral.

Contudo, também é possível chegar até Canindé de maneira rápida e fácil partindo de Maceió, como foi o nosso caso, levando pouco mais de 4 horas para percorrer os 295 km de distância. A maior parte do percurso é feita pela Rodovia Estadual AL-220, que é uma estrada com boas condições de tráfego e devidamente sinalizada. Postos de combustíveis e opções para uma pausa, seja para um lanche rápido seja para refeições completas, também são facilmente encontrados pelo caminho.

Independente do percurso escolhido, ao deixar a região litorânea para adentrar ao sertão, é interessante observar a variação gradual que a vegetação vai sofrendo em decorrência das mudanças climáticas, demonstrando mais um espetáculo da natureza.

Assim como todo tesouro que deve ser bem guardado, para se chegar ao Cânion do Xingó é necessário percorrer um bom trecho pelas águas do “Velho Chico”, mas que diante da paisagem deslumbrante encontrada pelo caminho e ao embalo das músicas nordestinas a bordo do catamarã, acaba se tornando um passeio mais que agradável.

* visual durante o passeio de Catamarã pelas águas do "Velho Chico"

Sem dúvidas, o ponto alto do passeio é a visita à gruta do talhado e a possibilidade de admirar de perto a grandeza dos paredões que a rodeiam, formando uma paisagem memorável.

* deck flutuante situado quase na entrada da gruta do talhado

* grandiosos paredões em torno da gruta do talhado

Porém, são tantas as belezas que o Rio São Francisco guarda, que apenas um dia é pouco para explorar a região. Ainda que os passeios bate-volta sejam os mais procurados, não deixe de aproveitar a localização estratégica da região, próximo de importantes capitais nordestinas como Aracaju, Maceió e Salvador, para curtir com calma os atrativos disponíveis. Por exemplo, uma visita à Usina Hidrelétrica de Xingó ou à Rota do Cangaço são passeios obrigatórios para quem visita o local.

* Vista para a Usina Hidrelétrica de Xingó

* No passeio Rota do Cangaço, após uma trilha chega-se à Grota do Angico, local onde lampião e seu bando foi emboscado 

A cidade vizinha a Canindé do São Francisco, chamada de Piranhas, que já fica situada no lado Alagoano, igualmente é ponto imperdível de parada, pois encanta com seu centro histórico bem preservado e suas lindas casinhas coloridas, além de possuir uma boa estrutura para receber os turistas. Não deixe de visitar o Museu do Sertão, a Torre do Relógio ou então o Mirante Secular, este que proporciona uma vista privilegiada para a cidade e para o Velho Chico.

* No centro de Piranhas é possível visitar a Torre do Relógio e o Museu do Sertão, que fica quase em frente

* A vista panorâmica obtida a partir do Mirante Secular é ótima, podendo apreciar toda a cidade de Piranhas/AL

* Centrinho Histórico de Piranhas, com suas casas coloridas, e onde estão situados diversos restaurantes/bares

* mais um pouco das ruas de Piranhas e suas casas coloridas

Uma pausa na Cachaçaria e Restaurante Altemar Dutra também é bem-vinda, ainda mais para curtir um pouco do agito noturno do final de semana. Para dormir, a dica é a Pousada do Sino, estrategicamente localizada e com uma vista incrível para o rio, principalmente ao amanhecer. Já para quem não abre mão de ficar hospedado em Canindé de São Francisco, o Xingó Parque Hotel é uma boa escolha.

Não precisa se preocupar, pois transitar entre Canindé e Piranhas é bem tranquilo e prático, já que existe uma ponte interligando os dois Estados e boa sinalizando informando os locais de visita, assim como pontos específicos de parada.

Muito mais que bons momentos, trouxemos para casa uma mistura de sentimentos de deslumbre, respeito e admiração pela região do Cânion do Xingó, e podemos dizer que fomos literalmente surpreendidos pelas belezas do local que mesmo diante da simplicidade, nos fez observar a grandiosidade da natureza, representada neste caso, por paisagens simplesmente inesquecíveis.

* Lindo nascer do sol que apreciamos em Piranhas/AL, tendo como plano de fundo o "Velho Chico", simplesmente inesquecível!

Esse post faz parte da Road Trip #Rota20anos que me levou #DeHondaPeloBrasil. Continuem acompanhando por aqui que logo mais iremos contar como foi nosso último destino pelo Nordeste.

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